Existem filmes que marcam, que realmente nos faz pensar e a mensagem transmitida realmente nos move de alguma maneira. Desse modo, algumas produções cinematográficas nos aportam muito mais que simples entretenimento nos fazendo questionar situações e experiências de vida. Porém, não são muitas histórias que possuem esse poder fascinante de penetrar até os corações mais duros.
Logo, A Espera de um Milagre é uma dessas produções cinematográficas baseadas em um livro homônimo do famoso escritor Stephen King lançado em 1996. O filme narra a história de um flashback de um agente penitenciário no corredor da morte durante a Grande depressão. Além de contar com um talentoso elenco, a trama te faz submergir na vida pessoal de cada um dos personagens.
Um filme único que conquistou uma geração
Essa produção cinematográfica vencedora óscar não receberia a qualidade de filme único por acaso. Em primeiro lugar, A Espera de um Milagre é o tipo de filme que no final das contas resulta difícil de ser classificado ou catalogado. Alguns críticos de cinema etiquetam como um filme de drama por tratar de uma história rodeada de injustiça. Contudo, outras a definiriam como um filme de drama/ficção por apresentar alguns elementos fantásticos.
Decerto, apesar de todas as opiniões estarem de certa forma corretas, A Espera de um Milagre consegue levar o espectador em uma montanha-russa de sentimentos. Nesse sentido, os personagens da trama são os responsáveis principais do sucesso da história. Isso porque cada um possui um contexto e características inigualáveis, principalmente pelo personagem paradoxal de John Coffey.
O verdadeiro protagonista: a emoção
Paul e John Coffey são respectivamente protagonista e coprotagonista da trama. Porém a emoção é na verdade a verdadeira protagonista por estar presente praticamente em todas as cenas do filme. Talvez também seja melhor definir o conjunto de emoções já que uma das características especiais do filme é evocar uma grande variedade de sentimentos em cada um dos espectadores.
Em outras palavras é possível experimentar no decorrer da história momentos de humor, de intenso drama, de suspense e inclusive terror. Logo John Coffey, um dos prisioneiros do corredor da morte nos apresenta uma forte paradoxo por representar um homem de grande estatura, mas, ao mesmo tempo, de extrema sensibilidade. Apesar de ter entrado no corredor da morte pelo suposto assassinato de duas meninas, o personagem enigmático apresenta uma enorme sensibilidade e inocência típicas de uma criança.
A bondade de John Coffey comove qualquer um
É possível qualificar as pessoas em boas ou más? Essa é uma pergunta filosófica bastante argumentada. Em suma existem ações, condutas e atitudes suscetíveis de serem descritas como boas ou ruins. Ainda assim, pensar dessa maneira resulta uma ideia reducionista importante da realidade. Todavia, John é uma dessas pessoas das quais consideraríamos coloquialmente como uma boa pessoa.
Decerto, o dom místico que é demonstrado no filme através de John o converte em uma pessoa instintivamente boa. Dessa maneira John Coffey representa uma forma de atuar baseada no sentido da moral mais desenvolvido. Isso porque no decorrer da trama o personagem põem a disposição o seu dom a todas as pessoas que o necessitem , indiferentemente se essa pessoa foi amável ou não com ele.
Uma triste lição, porém necessária
Com o ódio sempre frequente, em um contexto onde era normal as pessoas portarem armas e no qual a morte e o abuso de poder eram normais. John Coffey supõem uma espécie de milagre, uma poderosa força da natureza cujo combustível é o amor incondicional, muitas vezes observado no apreço as pequenas coisas.
Apesar do personagem no filme representar esse homem sensível e enigmático pela presença de seu misterioso dom, John tem um final trágico. Por essa razão a produção homônima teve uma grande repercussão por tratar também de problemas sociais modernos, como o racismo e a injustiça social.